Curiosidades

ZEZÉ LIPPI

No dia 30 de setembro de 2011, Mococa ficou mais triste, o cinema ficou mais triste, perdemos uma pessoa muito especial, a história do Cine Mococa passa especialmente pelas suas mãos. Conhecido como Zezé Lippi, aquele senhor simpático que todos os dias ali estavam, ora na portaria, ora na sala de projeção, ora sorrindo e brincando com amigos ou cochilando na cadeira esperando o término do filme.

Falava de sua amizade com Mazzaropi. Lippi era assim, de tanto trabalhar com a sétima arte, fundiu-se com ela, era visível em sua alma identificar a comédia italiana, o romantismo em filmes como “Perfume de Mulher” a qual lembrara sempre, e com bom humor dançava como AlPacino, imitando até a cegueira do personagem. Chorava toda vez que lembrava do filme “Cinema Paradiso”, e dizia ser o filme de sua vida, o filme parece ter sido feito especialmente para ele, tamanha identificação com Alfredo, o personagem do filme, interpretado por Phillipe Noiret

Cuidava com muito carinho do projetor, até mais do que o necessário, engraxava peça por peça, e quando aparecia um barulhinho não sossegava enquanto não resolvia, como um médico que cuida de seus pacientes, assim ele fazia com o maquinário de exibição. O Cinema perde muito com sua partida.

Lippi não era ator ou diretor como eles, Lippi era muito mais que isto, era aquele que com carinho se dedicou, quase a vida toda a arte das emoções, a exibição, pois sem ela, eles não existiriam. Era responsável pelas gargalhadas, lágrimas, raiva, motivação, coisas que só a sétima arte sabe fazer. Lippi era do cinema, assim como o cinema era dele, sem ele fica um vazio, um longo silêncio. Muitas vezes seus olhos azuis ficavam fixos olhando para a tela. A Arte imita a vida, o amigo Lippi parece ser a imitação perfeita da sétima arte. Um homem que se dedicou ao cinema, mas que amava sua família, isto ele sempre dizia, e o fruto deste amor, foi o alicerce desta grande família, formada por ótimas pessoas.